Devocional

QUANDO O HOJE É EXÍLIO

“Edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; (…) multiplicai-vos e não vos diminuais. Procurai a paz para a cidade para onde os deportei; e orai por ela ao Senhor, porque, na sua paz, vós tereis paz (…). Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29:5-7, 11).

Haverá, em nossas vidas, muitos e muitos momentos em que nos veremos em lugares não apenas diferentes dos que desejamos, mas opostos a eles. Ansiávamos por Jerusalém, mas nos encontramos na Babilônia. No exílio. E nesses tempos sombrios dos sonhos frustrados, nossa vontade, muitas vezes, é apenas sentar e chorar – saudosos pelo que perdemos ou juntando todas as forças para alcançar o futuro planejado. Queremos nossa Jerusalém e só nela conseguimos pensar. Talvez ela seja, pra você, um propósito ministerial, uma amizade, uma carreira, um casamento, a saúde, filhos… sonhos tão esperados, lutados em oração, suor, dores e fé – mas que não se cumpriram. E hoje você se vê exatamente onde não gostaria de estar – com suas forças exauridas e seu coração cheio de lamento.

Contudo, ainda que Deus nos certifique de que há tempo e espaço para nossos sonhos e lamentos, Ele envia uma carta aos exilados em que diz:

“Levantem e vivam! Eu sei o quão duro é o lugar em que vocês se encontram, mas é tempo de enxugar as lágrimas e viver! Não olhem para ele como o grande inimigo a ser eliminado! Plantem, construam, embelezem, amem, celebrem, busquem a paz do lugar em que os coloquei e nessa paz vocês acharão sua paz. Não se percam no passado ou no futuro. Confiem em mim e vivam o hoje! Recomecem bem aí, onde estão. Eu cuido de vocês!”.

Enxugar as lágrimas da perda ou da frustração não é fácil. Dói um bocado. Cansa. Só queremos parar e chorar. Mas nós temos uma esperança que nunca falha: os rumos de nossas vidas não estão firmados na perfeição de nossos esforços ou méritos, mas nas mãos de nosso bom Pai. Nele, podemos respirar fundo, confiar e recomeçar, independente do lugar onde nossos pés foram parar. Podemos saber que vai dar certo, e vai ser exatamente o que precisamos viver – mesmo que nossos olhos não o consigam ver agora. Então, respire, lave o rosto, olhe pro alto, recomece – e descanse.

“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8:32).

 

Aline Ramos
Coordenadoria de Capacitação da JBB