Devocional

SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS (SÓ QUE SIM!)

Hoje, quero falar com você sobre um assunto incômodo: o pecado e a forma como lidamos com ele. A famosa história de Davi é nosso ponto de partida. Ele havia sido ungido rei de Israel, após uma visita do profeta Samuel à sua casa (1 Samuel 16.1-13). Samuel examinou um a um os filhos de Jessé, pai de Davi, e encantou-se por todos eles, a ponto de precipitar-se em suas escolhas. Só que o Senhor tinha um outro plano: queria o caçula da família, que estava esquecido cuidando das ovelhas no campo. Naquele dia, a vida de Davi mudou, e então ele foi ungido rei. Dali em diante, Deus foi mostrando de várias maneiras, que estava com Davi. Até Golias, o gigante inimigo, ele derrubou mesmo com a sua aparente fragilidade.

Mas um dia, Davi caiu.

Em resumo, ele tomou para si Bate-Seba, que por sua vez era esposa de Urias, um soldado do seu próprio exército, e eles adulteraram. Como se não bastasse, tramando fazer dela sua esposa, Davi encomendou a morte de Urias, uma outra traição cruel. Nessas horas a cabeça dá um bug, né? Como Davi foi escolhido para ser rei? Deus errou na sua escolha? Aí entra a outra parte da história. Deus resolveu enviar a Davi um profeta, chamado Natã, para repreendê-lo por esses graves erros cometidos. Davi não hesita em confessar o seu pecado imediatamente, e isso me faz pensar algumas coisas:

Davi estava disposto a mudar (Salmo 51.2);

Sabia que Deus era quem poderia transformar o seu coração (Salmo 51.10);

Não estava preocupado com reputação ou poder, mas em não ter mais comunhão com o Senhor (Salmo 51.11);

Aceitou as consequências do erro (2 Samuel 12.14-23);

Esse conjunto de características me fazem apostar com fé que Davi, apesar do seu erro, continuava sendo o homem que Deus escolheu para liderar o seu povo. Seu coração, embora vacilante, retornou para o centro da vontade de Deus, mesmo que tenha precisado de uma “dura” de Natã. O que me faz pensar também em como precisamos de pessoas assim nos dias de hoje, capazes de confrontar o pecador com o seu erro a fim de que haja cura. Imagina o estrago que Natã faria, se ele entregasse a palavra que Deus deu a Davi para outras pessoas? O nome disso é fofoca, e não procede de Deus, além das consequências serem todas as possíveis, menos a restauração de quem necessita.

Encerro esta reflexão, desejando profundamente que alcancemos a maturidade em Deus para sermos como aprendemos nesta história. Se e quando cairmos, que tenhamos a maturidade de Davi para buscar em Deus a cura, mas se virmos o nosso irmão do lado fraquejar, que sejamos Natã, confrontando em amor, e entendendo que, no fim das contas, a nossa condição pecaminosa nos iguala, e que é só pela graça de Deus, independente de quem somos, que podemos recomeçar.

Textos Complementares:
1 Samuel 12.1-13 | Salmo 51 | Atos 13.22,23

 

Alexsandro Oliveira
Coordenadoria de Comunicação da JBB