Devocional

A SOBERANIA DE DEUS

A dinâmica da vida nem sempre é fácil, são muitas idas vindas, ganhos e perdas, e em alguns casos, mais perdas que ganhos, a depender da perspectiva. Embora isso tudo seja muito claro, esse ciclo do qual fazemos parte, se repete: nascer, crescer, envelhecer, morrer (não necessariamente nessa mesma ordem), há os que nascem e logo morrem, outros tem seus sonhos interrompidos antes mesmo de vir à tona, isso tudo rompe, choca, incomoda tira a frágil sensação de segurança que se tem.

Mas porquê a surpresa? O ciclo é esse, a dinâmica é essa, para os que creem em Cristo, é latente a fragilidade, a temporalidade, o ser humano é como o vapor que sobe e por um pouco desaparece. Talvez seja a terrível mania de controle que afeta os seres humanos, talvez uma visão embaçada e direcionada mais às coisas transitórias e passageiras, talvez a dificuldade de lidar com as mudanças. Seja qual for o motivo, a vida é um eterno recomeço, um eterno perde e ganha, um malabarismo contínuo dos desejos e das necessidades no picadeiro da vida, e isso exige um esforço descomunal de quem deseja continuar vivendo, é abrir mão do que se perdeu, sem abandonar sua essência. Quando se chega nesse ponto é necessário reconhecer a soberania de Deus, reinventar-se para o desconhecido, imprevisível futuro, o que me faz lembrar da música aquarela de Toquinho quando diz:

“…e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está…”

“…e o futuro é uma astronave que tentamos pilotar…”

“…sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar…”

O grande divisor de águas na narrativa, entre o que Toquinho tenta mostrar, e a vida do Cristão, é o amor de Deus, pois ele é Eterno e o próprio Deus é amor, e suas misericórdias se renovam todos os dias. Recomeçar exige reconhecer nossa pequenez e finitude, mas que problema há nisso, o que tem de errado, ser pequeno para que Deus seja grande em nós? Paulo que o diga. Recomeçar aponta para um plano maior, sem o peso do passado, pouco importando se está no início, no meio ou no fim de algo, enquanto houver vida, enquanto houver fôlego, haverá louvor, missão, recomeço, enquanto não se cumprir o Maranata, tempo de recomeçar, sempre haverá amor para recomeçar, pois a nossa fonte jorra para a vida eterna.

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda).” Habacuque 3.17-19

 

Simmon Nascimento
Coordenadoria do 29+ da JBB