Roteiro PG

Casais | Por que importa? – “Ele acreditou em mim”

Texto bíblico: Mc 3: 13-19.

Autores: Pr. Ramon Oliveira é ministro de jovens na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, professor no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e doutorando em história pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Emily Oliveira é enfermeira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, atualmente, participa do programa de residência obstétrica da Escola de Enfermagem Ana Nery. Eles se casaram em 2023, ainda não possuem filhos e, juntos, compartilham o amor pelo Botafogo: o maior time do Brasil.

Dinâmica

  • Iniciar uma discussão sobre a importância do investimento em pessoas comuns. Nós sempre nos relacionaremos com indivíduos no espaço de trabalho, na igreja ou na família. Contudo, nem sempre somos intencionais. Sempre existirão pessoas que apresentarão um enorme potencial de crescimento à espera da sua proximidade. Talvez um dia você tenha sido esse indivíduo! Alguém que se desenvolveu através do legado dos mestres da vida. Em linhas gerais, todos nós somos quem somos por conta da influência de funcionário mais velho, um profissional referência no mercado, um pai ou uma mãe que acreditou em nós. O que seria de nós sem a credibilidade de tais pessoas?

Texto inspirativo: Mc 3: 13-19.

Conteúdo

O que significa ser um mestre? Em nossa sociedade ser um mestre está associado a transmissão de sabedoria humana ou de conhecimentos gerais. No entanto, a tradição de Israel apontaria outros caminhos possíveis para a compreensão dessa vocação. Nas narrativas evangélicas, por exemplo, ser um mestre tem algo a ver com acreditar na capacidade de aprendizado dos seus discípulos.

Na Palestina, um mestre era procurado por meninos que desejavam aprender a Lei segundo a sua tradição. Isso significa que eles demonstravam interesse por um rabino e se ofereciam para serem seus discípulos. Dessa forma, a palavra final cabia ao mestre que, se aceitasse um menino como seu aprendiz, diria: “vinde após mim!”.

É importante lembrar que a expressão “vinde após mim” é um discurso de fé. Em outros termos, é uma forma de dizer “eu acredito em você”. Logo, nenhum mestre compartilhava a sua sabedoria em gente que ele não depositasse credibilidade. Isso nos faz pensar que instruir indivíduos é uma tarefa custosa demais para ser desempenhada com gente em quem não se deposita crédito.

Jesus de Nazaré acreditava nas pessoas. Andando pelas margens do Mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão Pedro e André, que lançavam suas redes ao mar, e disse: Vinde após mim! Fez o mesmo com Tiago e João (filhos de Zebedeu) e com Levi. Vinde após mim! Outra forma de dizer: “Eu acredito em vocês!”.

Não me surpreende o fato que a resposta de todos tenha sido a mesma. Deixaram tudo para seguir ao novo mestre. Nenhum outro rabino acreditou neles. Não fosse esse o caso, não estariam trabalhando no ofício de seus pais, mas estudando a interpretação da Lei e dos profetas.

Zebedeu não reclamou a ida dos seus filhos. Seus funcionários não protestaram contra o aumento da carga de trabalho. Pelo contrário. A atmosfera era de festa. Não havia motivos para reclamação. Aquela família teria agora dois futuros mestres, pois um novo rabino em Israel havia acreditado neles.

Visto isto, precisamos lembrar que caminhar com Jesus envolve crer que Ele acredita na gente. Acredita na capacidade dos homens de aprenderem a seus pés. Acredita no potencial dos seus discípulos para perpetuar seu legado. Acredita na persistência do seu povo de continuar sua missão.

Jesus crê que os homens são ensináveis. Todos eles! Não existe um que não possa aprender, conduzidos pelo Espírito da verdade, a fazer deste mundo um lugar onde o Reino de Paz se manifesta, trocando o estado de guerra e inimizade pelo de justiça e solidariedade. Jesus acreditou em você.

Perguntas para a discussão

– Você acha que acreditar nas pessoas é uma tarefa amedrontadora?

– Como foi compreender que Jesus acreditava em você?

– Você é o mestre dos seus filhos?

Dicas culturais:

BONHOEFFER, Dietrich. O discipulado. São Paulo: Mundo Cristão, 2020.