Sermão

Sermão | Como importa? Uma vida que transparece o caráter de Cristo.

Autor: IGOR ARAÚJO

  •         A vida é cheia de escolhas e desafios, viver estes momentos não nos difere de ninguém, o que vai nos diferenciar do mundo é a forma como vivemos todas essas situações. (João 16.33)

A grande analogia da salvação está em Cristo como o último Adão, que verdadeiramente obedeceu ao Pai. Pois bem, desde o Antigo Testamento temos a clara direção de Deus para a nossa vida: obedecer aos seus estatutos. Em Deuteronômio 6 é dada a ordem de passar os ensinos de geração a geração e em I Samuel 15.22 fica claro que o nosso Deus sempre preferiu um coração obediente, pois esse é o apontamento para aquele que obedeceu e morreu em nosso lugar. Quando obedecemos a Deus, declaramos que Cristo reina em nossas vidas.

Cristo nos convida a ouvi-lo e tomar uma decisão. No final do sermão do monte (Mateus 7.24-27), ele mostra a forma como nós devemos guiar as nossas vidas. A mensagem pregada deve ser vivida, para que alcancemos a sabedoria de Cristo. Aqui a grande questão é não sermos sábios aos nossos próprios olhos, mas nos enchermos da sabedoria de Cristo através da obediência.

Paulo vai tratar desse tema em diversos momentos e cartas, para que a igreja recém-formada possa ser fortalecida. Em Romanos 8.29 vemos que fomos salvos para sermos conforme à imagem de Cristo, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Ou seja, devemos ter um caráter à semelhança de Cristo por uma questão de filiação. Se somos filhos de Deus, pareceremos com o nosso “irmão mais velho” e salvador, pois para isso que fomos salvos e deixados nesse mundo.

Também nos é dada uma função tal qual Cristo. Em II Coríntios 5.18-21 vemos que nos é dado o ministério da reconciliação, porque Deus estava em Cristo reconciliando o mundo. O que deve operar em nossas vidas é o mesmo espírito de Deus que nos capacita para sermos moldados à estatura do varão perfeito. A reconciliação é mais que um mandamento, mas uma mensagem que Deus nos confiou, por razão de Cristo já ter nos reconciliado com ele.

Já em Filipenses, Paulo conclama aos irmãos daquela cidade para que vivam de maneira digna do evangelho de Cristo (Fp 1.27), pois essa é maneira de mostrarmos que estamos firmes em um só espírito, em uma só alma, lutando pelo que importa de verdade. A forma de fazermos isso, viver de maneira digna, Paulo destrincha no restante da carta. Devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp 2.5-16), de obediência a Deus não importando as consequências, fazendo tudo sem murmurações, buscando a santidade para sermos luzeiros, guias, para um mundo de trevas, querendo e realizando tudo aquilo que Deus já efetuou em nós.

João vai nos ensinar que quando fazemos a vontade do Pai, ele permanece em nós (I Jo 2.17). Aqui é importante frisar o caráter teórico, em que João fala da mensagem pregada por ele e os outros apóstolos (I Jo 1.1-4), e também o caráter prático, no qual nós devemos amar uns aos outros. Pois, quando amamos, Deus permanece em nós, sendo o nosso amor aperfeiçoado por Deus e a nossa segurança está no fato de que ele nos deu o seu Espírito (I Jo 4.11-16). Aqui a questão é que confessar Cristo como o Filho de Deus não é meramente um ato intelectual (claro que é também!), mas uma ação de mudança para uma vida que transborda amor, pois ele nos amou primeiro.

Pedro vai dizer que os que tropeçam na palavra são desobedientes, porém nós somos geração eleita, nação santa, povo de Deus para proclamar as virtudes de Cristo, que nos tirou das trevas e nos levou para a maravilhosa luz (I Pe 2.8-9). O contraste está, nitidamente, na obediência de sermos anunciantes e imitadores das virtudes e atributos de Cristo. Deve fazer parte do nosso viver o ser igual a Cristo, parecer mais com ele, mostrar que ele é realmente a pedra angular que edifica as nossas vidas (I Pe 2.6).

Por fim, Cristo nos dá uma tarefa, uma comissão de ir por todo o mundo, pregando o evangelho e ensinando a guardar tudo o que ele tem ordenado. Como já devemos saber a esta altura, todo o caráter de ensino dá-se a partir da vivência e repetição. O que Cristo está nos mandando fazer é ensinar com palavras, mas conquistar com o exemplo. Que a nossa vida transpareça as virtudes de Deus, os ensinos de Deus e tudo o que ele fez por nós e em nós. Devemos ser mais parecidos com Cristo e para isso devemos ter intimidade com a verdade que importa.